sexta-feira, 10 de maio de 2013

Minha Amada Imortal: Cinema, Música e Lágrimas


“Aquele a quem os fados concederam
um amigo na vida, o que achou de uma doce companheira
a sombra apetecida,
venha conosco, em júbilo cantar.”
(Friedrich von Schiller, Ode à Alegria. Traduzido por Tasso da Silveira)


 

Eu escuto música erudita desde a minha adolescência. Naquela época, a televisão da minha casa captava acidentalmente o sinal da TV Senado, que transmitia um programa chamado Quem tem Medo da Música Clássica?, e foi esse programa que me ensinou a gostar de tal estilo musical. Talvez por causa disso meus filmes preferidos são aqueles que têm alguma relação com a música erudita, como o que pretendo comentar aqui.

Minha Amada Imortal (Immortal Beloved) é um filme de 1994, escrito e dirigido por Bernard Rose. Nele, após a morte de Ludwig Van Beethoven (Gary Oldman), Anton Felix Schindler (Jeroen Krabbé), seu melhor amigo e secretário pessoal, assume a tarefa de encontrar aquela que era o amor da vida do grande compositor, pessoa para quem este legou todos os seus bens e as suas músicas. Porém, o nome da amada de Beethoven não aparecia em nenhuma das correspondências trocadas entre ela e o compositor, nem mesmo foi citado no testamento de Beethoven, o que levou Schindler a uma verdadeira investigação para encontrá-la.


Enquanto Schindler prossegue em sua missão, a biografia de Beethoven é contata de forma retrospectiva. Deste modo, ficamos sabendo da impetuosidade do gênio, de seus tumultuados romances, do ostracismo a que ele acabou se impondo devido à surdez – que inclusive o impediu de ouvir os aplausos recebidos após a estreia de sua obra prima –, do amor dedicado por ele a seu sobrinho Karl Van Beethoven (Marco Hofscheider), e das surras que ele recebia quando criança, devido às vezes em que, por causa da timidez, não conseguia tocar quando era exibido por seu pai como uma criança prodígio.
 
Minha Amada Imortal é um dos melhores filmes a que já assisti. Não digo isso somente porque ele trata de música clássica, mas também porque ele aborda a vida de um de meus compositores preferidos e mostra o contexto em que foi escrita aquela que, para mim, é a melhor música de todos os tempos: a Nona Sinfonia de Beethoven. Não darei muitos detalhes para não tirar a graça de quem se interessar em assistir a essa obra de arte. Direi apenas que eu nunca imaginei que a sinfonia denominada Ode à Alegria tinha sido composta em um momento tão adverso, no qual Beethoven estava vivendo algo totalmente oposto daquilo que é cantado pelo coro em sua obra capital. Se não me engano, esse foi o único filme que me levou às lagrimas, e recomendo-o a todos aqueles que tenham a oportunidade de vê-lo.

3 comentários:

  1. Fiquei com muito vontade de assistir Roberto! Vou procurar para baixar! Ótimo texto!!!

    Alana

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    1. Alana, eu o vi no Netflix. Talvez você encontre no Netmovies também ;-)

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  2. Nossa! Adorei o texto!! O filme ta com cara de bom msm rs
    vou assistir ;-)

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